Essa é sem dúvida, uma frase sonora, clara, simples, com um enorme poder intrínseco. Ela desarma qualquer um e desmonta todo e qualquer pré-julgamento feito a respeito de determinado assunto. Confessar um erro é uma atitude altruísta, linda, muito nobre. É dizer que a vida está fazendo presente, e que como todo ser que habita essa terra, temos a obrigação de apresentar, e o direito de errar. Parece simples. Tudo o que precisamos fazer é assumir que erramos. Precisamos ter coragem para enfrentara nós mesmos de cabeça erguida, sabendo que a maior parte de nossos conhecimentos e comportamentos, nasce da busca pelo acerto, que passa quase que invariavelmente pelo acerto.
É a tal história, errar é humano. Sabemos disso. Todos já ouvimos e também dissemos isso. Temos convicção que para crescer, precisamos aprender e o processo de aprendizagem é em geral grande parte, baseado em tentativas e erro. Em outras palavras, precisamos errar para aprender a acertar. Dessa forma, os erros que cometemos ao longo das nossas vidas, deveriam ser aceitos por nós e pelos outros de uma maneira natural. Mas na grande maioria das vezes não é bem assim que funciona. Não lidamos bem com erros nossos e muito menos com os dos outros. Às vezes não conseguimos ver onde nem como erramos, porque não estamos programados para isso . Crescemos em uma sociedade que não dá espaço para os errantes e discrimina os aprendizes. Somos quase fadados a ser robôs, pessoas que querem e buscam a perfeição para ter aceitação. Detectar erros é uma habilidade. Assumi-los é uma virtude. Concertá-los é um desafio.
Algumas pessoas são incapazes de se permitir errar. acham que errar e admitir tal erro demonstra fragilidade e incapacidade. Outros se deixam errar demais, porque encaram a vida de uma maneira tão digamos, permissiva, que erram sem procurar acertar. Isso sim é um problema. E como todo problema merece ser acompanhado de perto para que a coisa não tome uma proporção gigantesca e não possa ser revista. Na minha opinião, são essas posturas equivocadas que adotamos diante de um erro que dificultam nossa compreensão sobre tal erro e ainda nos afastam do aprendizado e da busca pela solução do problema. Uma vez que começamos a lidar melhor com o fato que errar faz parte do processo de aprendizagem, e que erramos buscando acertar, então não há de que se envergonhar e admitir se torna algo mais brando. menos aterrorizante. Ao conseguirmos adotar uma postura mais positiva, face a um erro, facilmente poderemos perceber qual foi a nossa falha e nos preparar para concertar e fazer numa próxima vez. No fundo, precisamos aprender com nossos erros. Negá-los não nos permite isso, aceitá-los, sim. As conseqüências dos erros virão e então será necessário ver as coisas positivamente para que sejamos capazes de administra-las de uma maneira tranqüila, sem nos culpar o tempo todo.
Não estou, de forma alguma, levantando a bandeira da compreensão e aceitação total e irrestrita dos erros de todos.
Na verdade, simplesmente digo que precisamos encarar nossos erros e os dos outros, como parte de um processo de construção de quem somos e das coisas que fazemos, para que possamos errar com dignidade, assumir com facilidade e aprender com inteligência.
(Dr. Mariella Braga) :}
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
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